Desigualdades de gênero e raça no cinema brasileiro: análise do levantamento do Gemaa (1995-2022)
O levantamento realizado pelo Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (Gemaa) revelou dados alarmantes sobre a representatividade no cinema brasileiro. De acordo com a pesquisa, nenhum filme de grande público lançado em 2022 foi dirigido por mulheres, sendo este o sexto ano consecutivo sem registros de diretoras nesse segmento.
A análise também apontou que, ao longo dos anos, as mulheres, em geral, não têm conseguido ocupar posições de destaque na direção de filmes de grande público, com uma situação ainda mais desfavorável para as mulheres negras. Desde 1995, nenhum longa-metragem desse perfil foi dirigido por uma mulher negra.
Por outro lado, a presença de homens negros na direção de filmes de grande público tem aumentado, com dois filmes dirigidos por homens negros em 2022. No entanto, a desigualdade de gênero e raça ainda persiste, com homens brancos dominando as posições de poder no cinema brasileiro.
A pesquisa também apontou que, em relação ao roteiro, as mulheres continuam sendo minoria, com homens brancos predominando nessa função. A falta de representatividade de mulheres e pessoas negras nas posições de destaque no cinema brasileiro é evidente e reflete as desigualdades presentes na sociedade.
Diante desses dados, o Gemaa ressalta a importância de políticas públicas que promovam a diversidade e a inclusão no cinema brasileiro, como editais especiais e ações afirmativas. A mudança nesse cenário depende do apoio e incentivo para que mais mulheres e pessoas negras possam ocupar espaços de destaque na indústria audiovisual nacional.